Confesso que, quando ouço o nome Mansory, uma parte de mim já se prepara para o inesperado, para dizer o mínimo. A preparadora alemã é conhecida por suas transformações… digamos, polarizantes. Desta vez, eles decidiram revisitar a já controversa Ferrari Purosangue, que eles chamam de “Pugnator”, e criaram algo ainda mais selvagem: o Mansory Pugnator Tricolore. E sim, felizmente ou infelizmente, dependendo do seu ponto de vista, apenas três sortudos (ou azarados?) endinheirados terão um desses na garagem.
O Que Torna o Pugnator Tricolore Tão… Peculiar?
Se você achava que a Ferrari Purosangue original já chamava atenção, espere até ver o que a Mansory aprontou. O Pugnator “padrão”, revelado em setembro passado, já possuía um spoiler de teto. Mas, aparentemente, para a Mansory, um nunca é suficiente. No Pugnator Tricolore, eles adicionaram uma segunda asa estilo “goose-neck” que se projeta da tampa traseira, uma solução aerodinâmica que grita por atenção. É uma profusão de apêndices aerodinâmicos que faria até mesmo o Mustang GTD, conhecido por sua agressividade, parecer contido.
Além da asa dupla, o Tricolore ostenta um novo difusor traseiro com nada menos que quatro ponteiras de escape centrais, porque, claro, duas ou quatro nas laterais seria muito convencional. As já conhecidas marcas registradas da Mansory também estão presentes: grandes saídas de ar nos para-lamas, canards dianteiros, novas molduras nos para-lamas e diversas outras “atualizações” visuais que, segundo a fonte original da Motor1.com, compõem um “bodywork verdadeiramente ridículo”. Para completar o visual, rodas de 22 polegadas na dianteira e 23 na traseira garantem que ninguém o confunda com uma Purosangue comum.
Um Interior Surpreendentemente “Contido”
O exemplar que a Mansory está exibindo veste um esquema de pintura tricolor representando a bandeira italiana, um tema que, para minha surpresa, se estende à cabine de forma até elegante. O interior é predominantemente branco, com detalhes em vermelho e verde nos bancos e no console central. O interior, no entanto, é onde a Mansory parece ter encontrado um lampejo de… bom gosto surpreendente, especialmente quando comparamos com outras criações de luxo como o Mercedes-AMG GT APXGP que une F1 e cinema.
Um detalhe curioso é que a Mansory dividiu os detalhes das portas e das saídas de ar: mantendo-os vermelhos do lado do motorista e verdes do lado do passageiro. Sinceramente, não ficou ruim e, comparado ao exterior, é surpreendentemente harmonioso. Talvez a preparadora tenha decidido que, após o choque visual externo, um pouco de calma no interior seria bem-vinda.
Potência Extra: Justifica a Excentricidade?
Claro que não seria uma modificação da Mansory sem um aumento de potência. O Pugnator Tricolore se beneficia do mesmo powertrain atualizado do Pugnator original. Uma atualização na ECU e um sistema de escape esportivo elevam a potência do motor V12 de 6.5 litros da Ferrari para 755 cavalos e 730 Nm de torque (convertido de 538 pound-feet). Isso representa um aumento de 40 cavalos e aproximadamente 13,5 Nm em relação ao modelo de fábrica. Muitas vezes, um aumento de potência busca complementar o visual, mas aqui a questão que fica é se essa cavalaria extra justifica o kit de carroceria tão extravagante. Este aumento de potência coloca o Pugnator Tricolore em um patamar elevado, rivalizando com a performance de outros superesportivos como o Mercedes-AMG GT 63 S E Performance.
A discussão sobre a necessidade de motores tão potentes é sempre válida, especialmente quando vemos marcas como a Mercedes-AMG trazendo de volta o V8 com um toque futurista, mostrando que a paixão por grandes motores ainda vive. No caso do Pugnator, a pergunta permanece: o ganho de performance é suficiente para perdoar o visual? Deixo essa para vocês decidirem.
Detalhes Exteriores do Pugnator Tricolore
- Duplo spoiler de teto
- Novo difusor traseiro
- Quatro saídas de escape centrais
- Grandes aberturas nos para-lamas
- Canards dianteiros proeminentes
- Rodas de 22/23 polegadas
- Pintura tricolor italiana
Comparativo de Filosofias de Modificação
Enquanto a Mansory aposta no choque visual e aumento de potência bruto, outras preparadoras como a Singer adotam uma filosofia de restauro e aprimoramento clássico, como podemos ver em seu trabalho com o Porsche 911 e seu motor Cosworth, que foca na experiência de condução e na estética atemporal.
Característica | Mansory Pugnator Tricolore | Singer Vehicle Design (Exemplo) |
---|---|---|
Modelo Base Comum | Supercarros Atuais (Ferrari) | Clássicos (Porsche 911) |
Foco Principal | Estética Extrema, Potência | Restomod, Dinâmica, Artesanato |
Produção | Ultra Limitada (3 unidades) | Baixa Produção, Sob Encomenda |
Abordagem Visual | Agressiva, Polarizante | Refinada, Homenagem ao Original |
Perguntas Frequentes sobre o Mansory Pugnator Tricolore
- Quantos Mansory Pugnator Tricolore serão produzidos? Apenas três unidades serão fabricadas, tornando-o extremamente exclusivo.
- Qual motor o Pugnator Tricolore utiliza? Ele usa o motor V12 de 6.5 litros da Ferrari Purosangue, modificado para entregar 755 cv e 730 Nm de torque.
- O interior do Pugnator Tricolore é tão extravagante quanto o exterior? Surpreendentemente, o interior é mais contido, com um esquema tricolor (branco, vermelho e verde) de bom gosto, embora com detalhes assimétricos nas cores.
- A Mansory modifica apenas carros da Ferrari? Não, a Mansory é conhecida por modificar uma ampla gama de veículos de luxo e supercarros de diversas marcas.
- O aumento de potência justifica o visual do carro? Essa é uma questão subjetiva. O carro ganha 40 cv, mas o design é o ponto que gera mais discussões.
Olha, vou ser direto: o visual do Pugnator Tricolore é, sem dúvida, uma declaração. Não é para os fracos de coração, nem para os puristas da Ferrari que preferem a elegância discreta de Maranello. Mas, por outro lado, não podemos ignorar a audácia e a exclusividade que a Mansory injeta em suas criações. É um carro feito para chocar, para ser o centro das atenções, e nisso, ele cumpre seu papel com louvor. Se vale o investimento (que certamente será estratosférico), só os três futuros proprietários poderão dizer.
E você, o que achou desta ousada interpretação da Mansory sobre a Ferrari Purosangue? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião!
Author: Fabio Isidoro
Fabio Isidoro é o fundador e editor-chefe do Canal Carro, onde escreve sobre o universo automotivo desde 2022. Apaixonado por carros e tecnologia, iniciou sua trajetória no portal HospedandoSites e hoje se dedica à criação de conteúdos técnicos e análises completas sobre veículos nacionais e internacionais. 📩 Contato: contato@canalcarro.net.br