O Toyota Celica GT-Four foi um modelo de alto desempenho do Celica Liftback que foi produzido de 1986 a 1999, com um motor turbo 3S-GTE de 2.0 litros e tração integral permanente. Ele foi criado para competir no Campeonato Mundial de Rali (WRC), cujas regras exigiam que o fabricante construísse versões de rua do veículo em números suficientes.
Três Gerações de Celica GT-Four
O Celica GT-Four teve três gerações: o ST165, o ST185 e o ST205. O ST165, baseado na quarta geração do Celica, foi fabricado entre outubro de 1986 e agosto de 1989; o ST185, de formato “super redondo”, foi produzido de setembro de 1989 a setembro de 1993; e o ST205, construído de fevereiro de 1994 a junho de 1999.
Conquistas do Celica GT-Four no WRC
Os carros de produção do Celica GT-Four foram construídos na fábrica da Toyota em Tahara, no Japão, e os carros de rali foram preparados pela Toyota Team Europe em Colônia, na Alemanha. O Celica GT-Four ST165 fez sua estreia no WRC no Tour de Corse de 1988, com sua primeira vitória no WRC vindo no Rally da Austrália de 1989.
O ST185 estreou no WRC no Rally Monte Carlo de 1992, e sua primeira vitória no WRC foi no Safari Rally de 1992, que foi uma das suas quatro vitórias naquele ano. O ST185 é o carro de rali mais bem-sucedido da Toyota. Ele ganhou o título de pilotos do WRC em 1992, e os títulos de fabricantes e pilotos do WRC em 1993 e 1994.
O ST205 chegou no final de 1994, e se tornou o carro oficial de rali em 1995 com uma vitória no WRC. Ele também ganhou o Campeonato Europeu de Rali de 1996. A importância do Toyota Celica GT-Four na história do WRC é que foi a primeira vez que um fabricante japonês entrou no WRC com um carro turbo com tração integral, conquistou troféus e ganhou os títulos.
A trapaça da equipe Toyota
Mas por que o Toyota Celica GT-Four foi banido do rali? A resposta está em uma trapaça inteligente que a equipe Toyota usou para burlar as regras da FIA, o órgão regulador oficial do automobilismo. A FIA decidiu limitar a potência dos veículos competidores, instalando uma placa restritora nos motores turbo.
Quando a equipe Toyota Europa foi obrigada a instalar uma placa restritora em seus motores turbo, ela usou um dispositivo modificado que enganava a FIA ao pensar que seu conjunto turbo permanecia intacto após a inspeção. A trapaça foi descoberta no Rally da Catalunha de 1995, quando a equipe Subaru questionou a legalidade do Celica GT-Four da Toyota.
Banido do WRC e legado do Celica GT-Four
A FIA decidiu banir a equipe Toyota do WRC por um ano e multou a equipe em 1 milhão de dólares. A equipe também perdeu todos os pontos e prêmios conquistados durante a temporada de 1995. Isso acabou com a carreira do Celica GT-Four no WRC, mas não com sua história como um carro lendário do automobilismo.
O Toyota Celica GT-Four permanece como um ícone do automobilismo, conhecido por suas realizações no WRC e pela habilidade de dirigir em diversas condições climáticas e de terrenos. O sucesso do Celica GT-Four também contribuiu para a reputação da Toyota como um fabricante de carros de alta performance.
Além disso, a tecnologia usada no Celica GT-Four influenciou muitos outros modelos da Toyota, como o Supra e o MR2. Mesmo que o modelo tenha sido descontinuado, sua história continua viva através dos fãs e entusiastas do automobilismo que ainda valorizam sua performance e sua contribuição para a evolução da tecnologia automotiva.